sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Para um bom 2008...

Com a mesma ênfase que os meios de comunicação anunciam os temores de uma possível recessão americana e conseqüentemente uma desaceleração da economia mundial, também divulgam que o grupo de paises emergentes, o chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), terão grande destaque nos próximos anos compensando assim o desaquecimento das economias mais desenvolvidas e até mesmo, atuando como salvadores do capitalismo. Mas será que é isso mesmo?

Podemos citar alguns pontos importantes que vão ao encontro desta hipótese:

- A possibilidade de um desaquecimento econômico em nível mundial teve origem nas economias de paises ocidentais e desenvolvidos, bem longe do referido grupo;

- Esses quatro paises tiveram significativo incentivo à iniciativa privada bem como uma maior abertura ao comércio mundial, solidificando dessa forma ainda mais seus fundamentos econômicos;

- O BRIC, assim como outros países em desenvolvimento, têm apresentado resultados positivos em suas contas correntes e bom volume de reservas em moedas fortes. Além disso, vêm abatendo paulatinamente suas dívidas públicas.

Por outro lado:

- Há um grande desconhecimento da real profundidade e do tamanho da crise de liquidez mundial e de suas conseqüências;

- Problemas sérios de infra-estrutura principalmente do Brasil e da Índia;

- China com inflação em alta, pressionada ainda mais por possíveis acréscimos nos preços de energia;

- Rússia muito dependente do preço do petróleo que, em 2008, poderá sofrer correções após altas de cinco anos consecutivos, prejudicando a receita de exportações com o produto.

Exposto isto, cautela e principalmente ceticismo deverão ser a receita básica para os agentes econômicos.

Concluímos parafraseando uma economista e ex-deputada que dizia: “Na bolsa global, a todo ciclo de oba-oba corresponde um surto de epa-epa”.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O cenário da despedida...

O ano de 2007 se despede com o cenário mundial em crise, não necessariamente financeira mas principalmente de confiança.

Observamos nos últimos meses, importantes instituições financeiras de países desenvolvidos recebendo aportes significativos provenientes de economias emergentes, após prejuízos em seus balanços trimestrais decorrentes de empréstimos de alto-risco (subprime).

Presenciamos também, reduções nas taxas de juros americanas e, nas últimas semanas, uma força tarefa do FED, BCE, Banco da Inglaterra e outros bancos centrais para resolver a crise global de liquidez, através de leilões que colocam fundos à disposição dos bancos para que estes continuem oferecendo empréstimos para empresas e consumidores. Só o BCE, injetou US$500 bi no mercado financeiro em função dessa operação.

Mesmo com todos esses esforços, os consumidores e investidores internacionais ainda se mostram inseguros. As principais bolsas de valores refletem uma percepção de que as ações do FED e seus pares talvez tenham sido insuficientes. Em relação à principal economia do mundo, as estimativas de crescimento do PIB são de apenas 1% no último trimestre de 2007.

Dessa forma, para 2008 antecipa-se uma possível desaceleração da economia mundial, pressões inflacionárias influenciadas pelos preços de energia e alguma redução dos níveis de comércio internacional.

Infelizmente, quando se trata de retomar a confiança não há aporte ou força tarefa que resolva!