sexta-feira, 14 de março de 2008

Sairemos ilesos?


Dois dias depois da agência Standard & Poor’s sugerir que a crise de crédito poderia estar próximo do seu final, o banco Bear Stearns pede água e é socorrido pelo FED e JP Morgan, através de um empréstimo para necessidades de curto prazo (linha de crédito de duração de 28 dias). Dito isso, podemos concluir que das duas hipóteses a seguir, uma prevalecerá:

- A agência Standard & Poor’s está correta em sua visão. O Bear Stearn pode ter sido realmente o último grande banco a ser socorrido e a crise estaria se dissapando ou;

- Esta mesma renomada instituição teria se exposto e deixado claro para o mercado que a verdadeira dimensão e profundidade da crise é desconhecida.

Enquanto isso, no cenário doméstico, o COPOM deixou claro que se necessário for aumentará a taxa básica de juros para conter uma possível pressão inflacionaria e/ou fuga de capitais. Na próxima terça-feira, a taxa de juros americana provavelmente vá para 2,25%. Teremos então, a manutenção de um cenário muito claro de atratividade de investimentos no Brasil (em função da diferença entre as taxas de juros).

Enfim, independentemente da nebulosidade do cenário externo, continuamos com a perspectiva de uma blindagem consistente do nosso país frente às adversidades daí advindas.

sexta-feira, 7 de março de 2008

A Globalização e o Descolamento...


São conceitos que podem coexistir? Para alguns, a globalização entrelaçou o comércio internacional as finanças globais de tal maneira que seria improvável que os países emergentes saíssem incólumes de uma turbulência nas economias desenvolvidas, colocando por terra a teoria do descolamento num mundo globalizado. Outros afirmam que são conceitos que podem muito bem coexistir. Essa também é a nossa opinião.

Temos observado que os desafios que a economia americana vem enfrentando têm fomentado as relações comerciais entre os países emergentes, ou seja, aquela idéia que países pobres exportam para os países ricos é coisa do passado. O comércio entre Brasil, Russia, Índia, China (BRIC) e outras economias emergentes nunca esteve tão aquecido.

O resultado dessa relação comercial entre as economias em desenvolvimento tem sido aumento do consumo doméstico e principalmente dos investimentos em infra-estrutura.

O lucro de algumas multinacionais americanas no quarto trimestre surpreendeu até mesmo os mais otimistas, ao verificarem que o bom desempenho de suas sucursais nos países emergentes contrabalanceou perdas no seu país de origem.

Ainda: mesmo que os preços das commodities (que representam grande parte da pauta de exportação dos BRIC) enfraqueçam, diminuido assim as receitas provenientes das vendas externas, alguns países em desenvolvimento, por terem se tornado credores líquidos, têm agora muito mais espaço para ações de política fiscal ou monetária.

Dito isso, é importante salientar que, mesmo que a teoria do descolamento esteja se confirmando não quer dizer que a crise americana não trará nenhum impacto ao resto do mundo, ou ainda, que os emergentes salvarão a economia global de um possível desaquecimento. Para mais detalhes sugerimos a leitura do nosso post de 21 de dezembro de 2007, entitulado "Para um bom 2008".