segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Saída pelos fundos...

Desde o início da crise imobiliária americana, os fundos soberanos já injetaram mais de US$ 69 bilhões para recapitalizar os maiores bancos de investimentos do mundo. Só o Citigroup e o Merrill Lynch foram socorridos com mais de US$ 21 bilhões desse montante.

Esse fundos, administrados pelos governos de países como Rússia, Cingapura, Kuwait, Coréia do Sul, China, entre outros, se proliferaram em função das exportações asiáticas e principalmente pela valorização do petróleo. Juntos, possuem mais de US$ 2,9 trilhões para investir e seus interesses vão além do setor financeiro; incluem telecomunicações, empresas de tecnologia, operações de cassino e até mesmo projetos aeroespaciais.

Em princípio, todos nós gostamos de investimento estrangeiro. Mas, quando o dinheiro pertence à outro governo, um certo desconforto começa a se fazer sentir.

Primeiro, sendo investimentos bilionários, possuem força suficiente para desestruturar qualquer mercado. Ainda, esses governos têm pouca responsabilidade com órgãos reguladores e acionistas. Assim, essas condições podem constituir players de integridade duvidosa. Embora não haja evidência de mau comportamento, o governo Francês já se pronunciou dizendo que tem o compromisso de proteger seus inocentes empresários da agressividade dos fundos soberanos.

Segundo, já podemos esperar reações fortes de grupos nacionalistas e protecionistas, uma vez que há interesse, por parte dos fundos, em setores de grande importância, como por exemplo, de energia e infra-estrutura estratégica. Entretanto, considerando a situação atual da economia americana, o socorro foi mais do que providêncial.

Enfim, os fundos soberanos são a prova de que o capitalismo funciona. O dinheiro daqueles que possuem excedentes é transferido para aqueles que necessitam. O que falta agora é, mais transparência em relação aos motivos, objetivos e posses desses fundos. Atenção neles, segundo George Soros: "Os bancos centrais perderam o controle". Para meio entendedor, meia palavra basta.

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